segunda-feira, 17 de maio de 2010



Procuro sinais de algum amor teu. Vestígios de noites passadas. Tu não me vês, estou incógnita a te observar. Como sempre estive, olhando pelas janelas, de longe, coração apertado. Nós poderíamos ser amigos e trocar confidências. Assistiríamos a filmes, taça de vinho nas mãos, e tu me detalharias as tuas paixões e desatinos. Nós poderíamos ser amantes que bebem champanhe pela manhã aos beijos num hotel em Paris. Caminharíamos pela beira do Sena, e eu te olharia atenta, numa tentativa indisfarçável de gravar o momento e guardá-lo comigo até o fim dos meus dias. Ou poderíamos ser apenas o que somos, duas pessoas com uma ligação estranha, sutilezas e asperezas subentendidas, possibilidades de surpresas boas. Ou não. Difícil saber. Bato minhas asas em retirada. Tu dormes, e nos teus sonhos mais secretos, não posso entrar. Embora queira. À distância, permaneço te contemplando. E me pergunto se, quem sabe um dia, na hora certa, nosso encontro pode acontecer inteiro. Porque tu és o único que habita a minha solidão.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Niniver de Lalai

Sinto saudade dos teus aniversários que não participei. Dos momentos felizes que não compartilhei. Da ‘lágrima na hora errada’ que não enxuguei. Das dores que não aliviei. Dos risos incontidos que não gargalhei. Dos amores platônicos que, juntamente, não fantasiei. Sinto saudade do esconderijo secreto, dos planos de fuga, do final de semana na casa de praia, dos sonhos surreais, das briguinhas ginasiais, das reconciliações fraternais.

Sinto saudade de não ter sido sua amiga muito antes. Muito antes de descobrir a amiga maravilhosa que Deus me reservava. Ganhei um amiguinho de coração tão lindo que, se hoje eu jogasse na Mega Sena, talvez nem ganharia nada. Porque sorte, geralmente, só se tem uma vez. O resto são apenas vontades que ficaram na saudade.


Parabéns, amiguinho. Seja Feliz na Vida!